Protocolos de quedas em hospitais

Conheça os principais protocolos de quedas e como são importantes na prática do cuidado

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De modo geral, a hospitalização já aumenta o risco de queda pois os pacientes não estão em ambiente conhecido e, ao mesmo tempo, podem ser portadores de doenças pré-existentes ou estarem sob prescrições de medicamentos, aumentando o risco de cair. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), quedas de pacientes produzem danos em 30% a 50% dos casos, sendo que de 6% a 44% são de natureza grave como fratura e hematomas subdurais em traumas cranianos.

Além disso, as quedas contribuem para o aumento do tempo de permanência nos hospitais, custos assistenciais adicionais e gera ansiedade na equipe de saúde.  A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que o investimento na melhoria da segurança do paciente gera uma economia financeira as unidades de saúde e qualidade de vida ao paciente.

Conheça alguns dos principais protocolos de risco de queda

A escala Johns Hopkins Fall Risk Assessment Tool é uma ferramenta criada por pesquisadores do hospital americano Johns Hopkins e Johns Hopkins University School of Nursing com abordagem centrada na prevenção de queda do paciente. O protocolo é um dos mais utilizados nos hospitais do mundo todo. A escala é composta por oito áreas de avaliação: (a) situações prévias imobilidade – baixo risco, histórico pregresso de queda – alto risco; (b) Idade; (c) histórico de queda; (d) eliminações urinária e intestinal; (e) medicação; (f) equipamentos assistenciais; (g) mobilidade; (h) cognição. A somatória dos pontos fornece um resultado avaliando o risco. De acordo com o biomédico Cezar Leme*, “esta ferramenta de estratificação do risco de queda é considerada extremamente eficiente quando associada a um protocolo compreensivo pela equipe assistencial e a tecnologia em produtos anti-queda”, destaca.

A escala Morse Fall Scale (MFS) foi criada em 1985, no Canadá, por Janice M.Morse para avaliar os pacientes com risco de queda. Segundo a autora, as quedas podem ser acidentais, fisiológicas não antecipáveis (perda de força ou convulsão) e fisiológicas antecipáveis (pacientes que apresentem risco). A avaliação consiste em perguntas com opções de respostas e pontuação relacionada. Quanto maior o score maior o risco de queda. Os itens relacionados a escala de Morse são: histórico de antecedente de queda, diagnóstico secundário, se precisa de ajuda para caminhar, terapia intravenosa, postura no andar e na transferência e estado mental. A pontuação varia entre 0 e 125. Se for inferior ou igual a 24 exige intervenções básicas de enfermagem. Se a pontuação estiver entre 25 e 50, a pessoa tem baixo risco e se for igual ou acima de 51 tem alto risco de queda. Leme afirma ainda que esta escala é de uso recorrente nas unidades hospitalares. “Também amplamente utilizada, mostra bons resultados quando acompanha ações efetivas e tecnologias anti-queda à disposição”.

O protocolo Stratify foi concebido em 1997, por David Oliver, na Inglaterra. É uma ferramenta de previsão de quedas para adultos e idosos baseada em cinco itens: paciente internado por causa de uma queda, doente agitado, com alterações visuais, que utiliza a instalação sanitária com frequência e doente com dificuldade de transferir para leito ou cadeira. Cada resposta vale um ponto. No entanto, a última é obtida pelo índice de Barthel em que mede a dificuldade da pessoa se transferir para cama.

A escala Humpty Dumpty é uma ferramenta de avaliação de risco de queda pediátrico. Os itens que compõem essa escala são: idade, gênero, diagnóstico, deterioração cognitiva, ambiente, sedação anestésica e medicação com a pontuação indicada de acordo com as respostas de cada item.

Medidas preventivas

A unidade de saúde deve definir os responsáveis por avaliar o risco de queda e as ações de modo preventivo. Com base nos relatórios e avaliações de risco, a unidade de saúde adota medidas de prevenção e o protocolo a ser implantado.

Os protocolos de quedas são ações que visam a promoção da segurança do paciente com base científica. Ou seja, são ferramentas que atribuem um valor numérico a diversos fatores de risco, que somados informam se o risco do doente é alto ou baixo. Após avaliar e definir os riscos de queda para cada paciente é definido quais procedimentos e ações serão adotados.

Cuidados universais para todos os pacientes

Todo detalhe na prevenção de acidentes hospitalares é importante para o bem-estar do paciente. Alguns cuidados gerais que devem ser tomados pelas unidades de saúde. Atender as necessidades como as idas ao banheiro e as trocas de fralda. Ajudar na movimentação dos pacientes usando, sempre que possível, guinchos hospitalares e colchões infláveis. Deixar os objetos usados com frequência perto dos pacientes. Informar ao paciente e acompanhante os riscos e cuidados com ele. Recomendar que o paciente nunca fique sozinho. Orientar ao uso de sapatos adequados. Informar sobre a localização do banheiro. Manter chão seco e ambiente organizado com iluminação adequada. Manter a cama baixa e travada. Deixar as grades superiores da cama elevada e manter área livre para deambulação.

Além dessas ações é essencial que as unidades hospitalares também adotem dispositivos paralelos como monitores e sensores de presença de leito/poltrona/vaso sanitário, que atuam como medidas preventivas junto aos protocolos de queda, evitando riscos aos pacientes e garantindo segurança nos processos e atendimento.

Além do investimento em tecnologia e em procedimentos de prevenção é necessário treinar a equipe de saúde e cuidadores para seguirem os protocolos de forma assertiva para manter a segurança e qualidade do ambiente.

*Cezar Leme

Head de vendas, marketing e desenvolvimento de negócios Vita Care

Pós-graduado em Análises Clinicas/Patologia Clínica
Pós-graduado em Biomedicina Estética
Bacharel em Ciências Biológicas Modalidade Médica
Biomédico inscrito no CRBM 16062 – São Paulo
Especialização em Patologia Clínica – HCFMUSP
Instrutor BLS American Heart  Association – Hospital do Coração
Especialista em procedimentos minimamente invasivos – dispositivos e materiais 100% biocompatíveis e bioabsorvíveis

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