Tecnologia aliada à gestão de riscos na prevenção de queda de pacientes

Estudo mostra como aplicativo pode contribuir na redução de indicadores de queda de idosos

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A queda de idosos em ambiente hospitalar está entre os principais eventos a serem evitados. As consequências vão desde problemas físicos como fratura a psicológicos, que tira a confiança do paciente atrasando a recuperação. Um idoso que cai, geralmente, sofre lesões mais graves que uma pessoa jovem. Dessa forma, é muito importante redobrar os protocolos de queda para o caso de pessoas da terceira idade que estejam internadas ou fazendo apenas exames de rotina.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha 28 milhões de idosos em 2017, 13,5% do total da população. A projeção é que em dez anos, chegará a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes). Em 2042, o IBGE projeta que a população de idosos atinja 57 milhões de pessoas (24,5%). De acordo com Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente (IBSP), um estudo comparativo por um hospital canadense mostrou que os pacientes que não haviam sofrido queda tinham 2,4 vezes a mais de chances de receber alta do que aqueles que caíram. Além do dano físico e de saúde causado ao paciente, tem o alto custo que essas quedas causam para os hospitais. As quedas de pacientes idosos contribuem para aumentar o tempo de permanência hospitalar e os custos assistenciais, gerar ansiedade na equipe de saúde, além de produzir repercussões na credibilidade da instituição.

Uma pesquisa realizada pela PUC entre 2005 e 2010 sobre o custo de internações hospitalares por quedas em idosos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aponta que 399.681 internações custaram o valor de R$ R$ 464.874.275,91.

Para reduzir esse valor e melhorar a qualidade de atendimento do paciente idoso é necessário que os protocolos de risco de queda estejam bem estruturados. Na Alemanha foi desenvolvido um aplicativo móvel para avaliar o risco de queda em idosos. Este estudo* foi publicado em janeiro de 2020 pelo veículo alemão Journal of Medical Internet Research (JMIR).

Segundo o artigo, o aplicativo para smartphone foi projetado para avaliar o risco individual de queda com uma pontuação que combinava vários fatores em uma métrica abrangente. Foram analisados pelos pesquisadores dados de 242 idosos coletados entre junho de 2018 e maio de 2019.

Dos 242 participantes com idade média de 84,6 anos, 139 (57,4%) não relataram quedas anteriores, enquanto 103 (42,5%) relataram quedas nos últimos 12 meses da data da pesquisa. Em geral, 131 idosos (54,1%) moravam em casas de repouso, 34 (14,1%) em instalações de vida assistida e 77 (31,8%) em casa. Haviam 40 idosos (16,5%) que moravam em casa e receberam atendimento ambulatorial.

Os resultados da validação cruzada com dobra k são mostrados na tabela abaixo. A pontuação correspondente a queda foi de 27,3 pontos (DP 3,4). Um idoso com nota igual o superior a esse valor da pontuação foi classificado como alto risco de queda.

Dessa forma, os profissionais de saúde diante do resultado do estudo conheciam os idosos com alto risco de queda e priorizavam esses grupos na implementação de estratégias de prevenção.

Essa solução proporciona a otimização de processos, aliadas ao investimento em tecnologia como a aquisição de equipamentos modernos que ajudam na prevenção do risco de queda de idosos, e, consequentemente reduz os custos do hospital por conta das internações e profissionais destinados a estes pacientes. Além disso, cada instituição hospitalar em geral utiliza algum protocolo de avaliação de risco de queda na rotina diária de atendimento, o que também é uma medida protetiva para essas ações.

*Confira o estudo na íntegra neste link.

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